Texto bíblico na Nova Tradução na
Linguagem de Hoje
Paulo Francisco dos Santos[1]
Por
isso, não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará as
suas próprias preocupações. Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades.
Mateus 6.34
O leitor desatento irá concluir em uma breve leitura que Jesus está
afirmando que não se deve planejar nada, pois a vida deve ser levada pelo
momento... Simplismo puro... Para podemos desmistificar tal tese lembremos que
a criação segundo o relato bíblico ocorreu em seis dias e por etapas, o que nos
fornece a visão de ordem, padrão, planejamento e capacidade administrativa, e
falando em planejamento, por vezes, vemos as Escrituras falarem sobre a Obra
Redentora de Cristo como um plano formado antecipadamente[2]
e em outra parte do Novo Testamento nosso amado Mestre fazendo referência a
construção[3]
afirmou que para conseguir levantar-se uma torre é necessário cálculo e
planejamento para não passar a vergonha de ser uma pessoa que inicia e não
consegue finalizar uma obra. Acredito que estes breves argumentos já nos abrem
oportunidade para adentrar no versículo que nos fornece o escopo do pensamento
da “fé que quero ter” e iniciar a reflexão sondando o significado da palavra
preocupação que personifica inquietação, desassossego, um pressentimento ou
perspectiva triste e ainda quando assume a auxese extrema torna-se uma ideia
fixa que prende a atenção e impede notar tudo o que está ao redor. Entendendo o
tamanho deste substantivo feminino em cautela e sendo criterioso quero anexá-lo
a palavra dificuldade (acredito que está não necessita de definição) e
discorrer que elas são apresentadas neste texto como acontecimentos
corriqueiros na vida de todas as pessoas e que infelizmente podem ter o poder
de controlar suas vidas de tal forma que podem produzir uma cegueira temporária
ou permanente, pois quem estiver a mercê do domínio delas não usará da
capacidade nata que o ser humano tem de buscar uma saída, de usar a inteligência
rumo a solução e por fim, estará entregue aos martírios que em muitos casos não
chegarão a acontecer. O querido Mestre Jesus jorra entre essas linhas a mais
significativa elucidação para quem anda preso a essas duas algozes que é nada
mais nada menos do que ter fé. Simples assim. Quem tem fé em Jesus sabe que é
limitado e o contexto deste capítulo declara isso de uma forma clara e
inquestionável expondo que cada pessoa precisa de Deus para resolver questões
grandes como pequenas (lembre-se: “não seja simplista”) e aquilo que não
conseguir ser resolvido está dentro da pequenez humana, pois jamais a sua
confiança deve estar baseada no mérito próprio que tenta impedir a correta visão
de que todos nós em resumo somos a expressão da palavra brevidade. Diante do
exposto penso que a fé que quero ter está baseada no redirecionar do olhar, o
retirando do comum e passageiro (preocupações e dificuldades) e fixando-o em
Jesus que é autor e consumador da fé. Fé esta que irá diminuir o tamanho de
todos os gigantes que quiserem paralisar a caminhada cristã, que será a chave de
abertura de inúmeras portas (você sabe quais são os nomes delas), que tornaram
os quebra-cabeças desta vida mais fáceis de serem montados e ainda, renomearam
cada dia como uma nova oportunidade de confiar que não existem acontecimentos
que fogem do controle divino.
SP, Maio de 2015.
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