terça-feira, 26 de maio de 2015

A fé que quero ter... Parte 01

Texto bíblico na Nova Tradução na Linguagem de Hoje

Paulo Francisco dos Santos[1]

Por isso, não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações. Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades.

Mateus 6.34


O leitor desatento irá concluir em uma breve leitura que Jesus está afirmando que não se deve planejar nada, pois a vida deve ser levada pelo momento... Simplismo puro... Para podemos desmistificar tal tese lembremos que a criação segundo o relato bíblico ocorreu em seis dias e por etapas, o que nos fornece a visão de ordem, padrão, planejamento e capacidade administrativa, e falando em planejamento, por vezes, vemos as Escrituras falarem sobre a Obra Redentora de Cristo como um plano formado antecipadamente[2] e em outra parte do Novo Testamento nosso amado Mestre fazendo referência a construção[3] afirmou que para conseguir levantar-se uma torre é necessário cálculo e planejamento para não passar a vergonha de ser uma pessoa que inicia e não consegue finalizar uma obra. Acredito que estes breves argumentos já nos abrem oportunidade para adentrar no versículo que nos fornece o escopo do pensamento da “fé que quero ter” e iniciar a reflexão sondando o significado da palavra preocupação que personifica inquietação, desassossego, um pressentimento ou perspectiva triste e ainda quando assume a auxese extrema torna-se uma ideia fixa que prende a atenção e impede notar tudo o que está ao redor. Entendendo o tamanho deste substantivo feminino em cautela e sendo criterioso quero anexá-lo a palavra dificuldade (acredito que está não necessita de definição) e discorrer que elas são apresentadas neste texto como acontecimentos corriqueiros na vida de todas as pessoas e que infelizmente podem ter o poder de controlar suas vidas de tal forma que podem produzir uma cegueira temporária ou permanente, pois quem estiver a mercê do domínio delas não usará da capacidade nata que o ser humano tem de buscar uma saída, de usar a inteligência rumo a solução e por fim, estará entregue aos martírios que em muitos casos não chegarão a acontecer. O querido Mestre Jesus jorra entre essas linhas a mais significativa elucidação para quem anda preso a essas duas algozes que é nada mais nada menos do que ter fé. Simples assim. Quem tem fé em Jesus sabe que é limitado e o contexto deste capítulo declara isso de uma forma clara e inquestionável expondo que cada pessoa precisa de Deus para resolver questões grandes como pequenas (lembre-se: “não seja simplista”) e aquilo que não conseguir ser resolvido está dentro da pequenez humana, pois jamais a sua confiança deve estar baseada no mérito próprio que tenta impedir a correta visão de que todos nós em resumo somos a expressão da palavra brevidade. Diante do exposto penso que a fé que quero ter está baseada no redirecionar do olhar, o retirando do comum e passageiro (preocupações e dificuldades) e fixando-o em Jesus que é autor e consumador da fé. Fé esta que irá diminuir o tamanho de todos os gigantes que quiserem paralisar a caminhada cristã, que será a chave de abertura de inúmeras portas (você sabe quais são os nomes delas), que tornaram os quebra-cabeças desta vida mais fáceis de serem montados e ainda, renomearam cada dia como uma nova oportunidade de confiar que não existem acontecimentos que fogem do controle divino.




SP, Maio de 2015.




[1] Pastor, escritor, poeta, Teólogo e advogado.
[2] Efésios 1.11; 3.09,11; Colossenses 1.26.
[3] Lucas 14.28-30.



 

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